sábado, 4 de dezembro de 2010

Ela.

Sinceramente? Ela parece não ter mais coração. Se sente que foi se tornando como uma dessas pessoas tão miseráveis que não podem ficar em volta de pessoas normais, como se fosse infectar as pessoas felizes, como se fosse uma doente ou suja porque todas as pessoas que ela ama foram se afastando dela, pouco a pouco. Sente que já não se encaixa mais em nada, que ninguém se importa mais. Sente falta de como tudo já foi um dia e não se conforma que tenha que se conformar com todas essas mudanças. Está tudo tão diferente, ela não reconhece mais nada. Mais ninguém. E talvez nem a si mesma. O que foi que aconteceu ? Ela que sempre foi tão feliz, sempre tão otimista, hoje vive tão amargurada, tão infeliz. Tenta reconhecer e reparar o seu erro, mas parece que ele foi grande demais para ser reparado. Como foi que ela mudou tanto? Por quê? Ela sente que suas verdades não mudaram, que ela continua sendo a mesma de sempre, embora triste, mas tudo mostra o contrário. Mesmo estando cercada de pessoas, ela se sente só. Muito só. Ela sente a necessidade de reviver o passado, ler aquelas cartas, olhar aquelas fotografias, que marcam a época em que ela foi feliz com as pessoas mais importantes para ela. Sente a necessidade de relembrar as idiotices vividas tão intensamente entre ela e as pessoas que a faziam rir, que a faziam se sentir bem, que a faziam se sentir segura, que a faziam feliz. E hoje essas pessoas lhe parecem tão estranhas, tão distantes. Ela se tortura por saber que talvez ela tenha mesmo mudado tanto a ponto de os ter afastado dela, que ela tenha cometido um erro tão grande que mostre que tudo está como está por sua causa. Ela queria não se importar com tudo, mas ela se importa e se sente imensamente mal, profundamente culpada. E se sente uma idiota por se sentir assim. Mostra que aprendeu a ser orgulhosa, que aprendeu a não depender de ninguém para ser feliz, mostra que está se conformando e queria mesmo ter aprendido, seria tudo tão mais fácil. Mas é tudo uma mentira, um faz de conta. Ela não é assim. Ela não está feliz. Os motivos que a deixavam feliz há um tempo atrás não são os mesmos que a fazem feliz agora. Ou talvez sejam, mas estão tão inalcançáveis agora que a desanimam. Hey menina, ânimo ! Força ! Não desanime ! Ela sabe que não pode desistir, que tem que inventar um novo sonho, uma nova esperança, que tem que seguir e que desistir não combina com a sua personalidade. Mas não pode seguir sozinha. Ou talvez possa, mas está cansada demais para pensar nisso agora. E depois de escrever tudo isso, ela se sente ridícula por reclamar desses problemas tão pequenos e por deixar que eles a façam tão mal. Se sente ridícula por ser tão frágil estar se tornando tão dramática. Mas ela está cansada demais pra se preocuopar em explicar aos outros sua própria confusão. Ela precisa de um tempo. Quem sabe o tempo não faça tudo mais suportável. Mas ela não quer tempo nenhum, quer que tudo melhore agora.

Um comentário:

  1. Variáveis;
    Oscilação;
    Dúvidas;
    Medos;

    Arrependimento.

    Paradoxo.


    Você é um ser humano...






    ...assim como eu.

    Agora, acorde... mais um dia te espera e o próprio tempo já não consegue te esperar.

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