É, sempre foi assim comigo: conheço o cara, então ele desperta em mim uma enorme admiração pelo seu jeito aparentemente diferente do jeito da maioria dos caras que tem por aí. Então ele me diz que está encantado com o meu jeito de menina certinha, ingênua, nerd, religiosa e louca, absolutamente sem noção, absurdamente idiota. Então eu decido tentar dar uma chance a mim e a ele. E então não dá certo, porque ele se apaixona pela menina certinha, ingênua, nerd, religiosa e louca, absolutamente sem noção, absurdamente idiota e ela acaba não sentindo nada por ele além da tal admiração. Nunca me apeguei a ninguém, nunca senti algo realmente forte, verdadeiro e duradouro pra chamar de amor. Aliás, eu na verdade não sei o que é o amor. Eu sei que Deus me criou por amor e tem um plano para mim. Eu sei que meus pais me amam, por mais que ela me diga certas coisas de vez em quando que me fazem acreditar que não, por alguns intantes e ele esteja sempre tão calado, tão distante e tão frio. Mas esse tal amor descrito em livros, frases e que algumas pessoas dizem ser o mais incrível e tranformador dos sentimentos, eu não sei o que é, eu nunca senti. Talvez seja porque os caras que eu conheci pareciam ser perfeitos demais, mas nenhum deles era perfeito pra mim. Talvez seja porque eu tenha apenas quinze anos e não saiba nada da vida, seja uma menininha ingênua e cega, como tantas por aí, que não vê que essa história de amor é só existe na ficção mesmo e que acredita que vai encontrar um príncipe encantado um dia que vá despertar nela algo além de uma simples admiração. Talvez seja porque ainda não chegou a hora de saber o que é isso de amor, poxa, e eu tenha que me conformar, afinal, há tempo pra tudo. E embora bata um desânimo às vezes e eu me pergunte essas coisas que muita gente deve perguntar, eu sou feliz assim, desconhecendo o amor.
PS: Eu tentei escrever uma coisa madura, mas não deu muito certo. Acabei escrevendo aquela coisa clichê que toda adolescente escreve.
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